NEPHROdetect
Beyond CKD diagnosis

Objetivo

Estabelecer um consenso nacional entre os principais intervenientes do processo de pedido, deteção e interpretação da Razão Albumina Creatinina na urina (RAC) e da Taxa de Filtração Glomerular estimada (TFGe) que permita um rastreio e diagnóstico da Doença Renal Crónica (DRC), de forma estandardizada em Portugal.3

Enquadramento

A doença renal crónica (DRC) é um desafio significativo em termos de saúde pública a nível global e nacional. Num estudo em Portugal a prevalência global estimada de DRC foi de 9,8% na população adulta.¹

Apesar do reconhecimento enquanto doença altamente impactante na qualidade de vida dos doentes, a consciencialização para a DRC é ainda reduzida, com apenas 10% da população de alto risco (doentes com hipertensão, obesidade, diabetes mellitus tipo 2) devidamente diagnosticada.² ​

Segundo a organização internacional Kidney Disease: Improving Global Outcomes (KDIGO), o rastreio formal da DRC deve incluir a avaliação da Taxa de Filtração Glomerular estimada (TFGe) e albuminúria² – dois parâmetros que, isoladamente e de forma conjunta, são ferramentas para diagnóstico e monitorização da resposta terapêutica, do risco de progressão da DRC e da ocorrência de complicações associadas (lesão/falha renal, doença renal aguda e comorbilidades cardiovasculares).² ​

De forma global, estas orientações internacionais recomendam (Tabela 1):​

  1. o doseamento da creatinina sérica e utilização de uma equação estimativa para a avaliação inicial da TFG; utilizar a mesma equação dentro da mesma região geográfica.​

  2. a implementação de um esquema/programa de avaliação da albumina e creatinina urinária, incluindo o cálculo do rácio albumina/creatinina urinária (RAC).​

  3. a preferência pela medição laboratorial da albuminúria em detrimento da proteinúria.​

  4. a preferência pela primeira amostra de urina da manhã em adultos para avaliação da albuminúria, que deverá ser medida preferencialmente através da RAC ou por análise em tiras reagentes para albumina e RAC com leitura automatizada.​

A albuminúria é crucial na estratificação do risco do doente com DRC, pela sua relação linear um prognóstico mais desfavorável (ex.: enfarte agudo do miocárdio, falência renal, morbimortalidade).2 A sua utilização como marcador de prognóstico demonstra o risco superior global a que os doentes com função normal ou peri-normal (estádio G2-G3a) e com albuminúria elevada estão expostos, em comparação com um doente com baixa função renal mas níveis de albuminúria normais.²

Principais recomendações:

Consenso publicado na Revista Acta Médica Portuguesa

Fevereiro 2025, Vol. 38 No. 2

Saiba mais sobre o NEPHRODetect com os testemunhos dos participantes do projeto

Doença Renal CrónicaImportância e prevalência em Portugal​

Prof. Dr. Jorge Malheiro e Dr. João Nobre

Quais as principais dificuldades atuais ao diagnóstico da DRC em Portugal?

Prof. Dr. Edgar Almeida, Prof. Jorge Malheiro e Dr. João Nobre

Qual o objetivo do NEPHROdetect e de que forma pode alterar a prática clínica em Portugal?

Dra. Rita Birne, Dr. Nuno Capela, Dra. Rita Ribeiro e Dr. Manuel Cirne Carvalho

Como pode o NEPHROdetect modificar os outcomes de tratamento dos doentes com DRC?

Prof. Dr. Jorge Malheiro, Prof. Edgar Almeida, Dr. Nuno Capela, Dr. João Nobre, Prof. Dra. Maria José de Sousa, Dr. Jorge Azinheira, Dr. Pedro Freitas, Dr. Manuel Cirne Carvalho, Dr. Rui Pinto e Dr. Luis Lebre

Qual o papel de todas as entidades envolvidas?

Qual o papel da SPN no NEPHROdetect?

Prof. Dr. Edgar Almeida

Qual o papel da SPPC no NEPHROdetect?

Prof. Dra. Maria José Rego de Sousa

Qual a importância do NEPHROdetect para a MGF?

Dr. João Nobre e Prof. Dr. André Biscaia

Qual o papel da USF-AN no NEPHROdetect?

Prof. Dr. André Biscaia

Qual o papel do Grupo Germano de Sousa no NEPHROdetect?

Dra. Margarida Albuquerque e Dra. Rita Ribeiro

Qual o papel do Joaquim Chaves Saúde no NEPHROdetect?

Dr. Rui Pinto e Dr. Luis Lebre

Qual o papel da SYNLAB no NEPHROdetect?

Dr. Jorge Azinheira

Qual o papel do Trofa Saúde Lab no NEPHROdetect?

Dr. Pedro Freitas

Qual o papel da UNILABS no NEPHROdetect?

Dr. Manuel Cirne Carvalho

Participantes do projeto NEPHRODetect

Prof. Dr. Jorge Malheiro (Coordenador)
Nefrologista, Centro Hospitalar Universitário de Santo António
Sociedade Portuguesa de Nefrologia (Vice-Presidente)

Prof. Dr. Edgar Almeida
Nefrologista, Hospital Beatriz Ângelo, ULS Loures/Odivelas
Sociedade Portuguesa de Nefrologia (Presidente)

Dra. Rita Birne
Nefrologista, ULS Lisboa Ocidental – Hospital de Santa Cruz
Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal

Prof. Dr. André Biscaia
Medicina Geral e Familiar, USF Marginal (Elemento do Conselho Técnico)
Unidade de Saúde Familiar Associação Nacional (Presidente)

Dr. Nuno Capela
Medicina Geral e Familiar, USF Serpa Pinto (Coordenador)

Dr. Nuno Jacinto*
Medicina Geral e Familiar, ULS Alentejo Central
Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (Presidente)

Dr. João Nobre
Medicina Geral e Familiar, USF Rodrigues Miguéis (Coordenador)
Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

Prof.ª Dra. Maria José de Sousa
Patologista clínica e administradora do Grupo Germano de Sousa
Sociedade Portuguesa de Patologia Clínica (Vice-Presidente)

Dra. Margarida Albuquerque
Diretora Técnica do Laboratório de Patologia Clínica do Hospital CUF Tejo
Patologista clínica, Grupo Germano de Sousa

Dra. Rita Ribeiro
Técnica Superior Coordenadora do Departamento Técnico do Centro de Medicina Laboratorial Germano de Sousa

Dr. Luís Lebre
Diretor Clínico da Joaquim Chaves Saúde
Especialista em Medicina Interna do Dr. Joaquim Chaves, Laboratório de Análises Clínicas

Prof. Dr. Rui Pinto
Diretor Técnico do Dr. Joaquim Chaves, Laboratório de Análises Clínicas
Farmacologista

Dr. Jorge Nunes Oliveira
Diretor Técnico do Laboratório de Análises Prof Nunes Oliveira S.A.
Associação Portuguesa de Analistas Clínicos (Presidente)

Prof. Dr. Paulo Paixão
Diretor do Laboratório de Patologia Clínica do Hospital da Luz
Patologista clínico, SYNLAB Portugal

Dr. Jorge Azinheira
Patologista clínico, SYNLAB Portugal

Dr. Pedro Freitas
Diretor Técnico do Trofa Saúde Lab
Patologista clínico, Trofa Saúde Lab

Dr. Manuel Cirne Carvalho
Patologista clínico, Diretor médico da UNILABS Portugal
Conselho Científico da Associação Nacional de Laboratórios Clínicos (Presidente)

  1. Santos-Araujo, C.; Mendonca, L.; Carvalho, D.S.; Bernardo, F.; Pardal, M.; Couceiro, J.; Martinho, H.; Gavina, C.; Taveira-Gomes, T.; Dinis-Oliveira, R.J. Twenty years of real-world data to estimate chronic kidney disease prevalence and staging in an unselected population. Clin Kidney J 2023, 16, 111-124, ​

  2. Kidney Disease: Improving Global Outcomes, C.K.D.W.G. KDIGO 2024 Clinical Practice Guideline for the Evaluation and Management of Chronic Kidney Disease. Kidney Int 2024, 105, S117-S314, doi:10.1016/j.kint.2023.10.018.​

  3. Malheiro J, Birne R, Biscaia A, Almeida E, Nobre J, Capela N, et al. Diagnosis of chronic kidney disease in adults in Portugal: practical recommendations from national clinical and laboratory experts. Acta Med Port. 2025;38(2):119-24. doi: https://doi.org/10.20344/amp.22557.

DRC: doença renal crónica; RAC: razão albumina/creatinina na urina; TFGe: taxa de filtração glomerular estimada.


BIAL/FEB25/PT/034

Partilhe

Send through