Epilepsia
Áreas Terapêuticas

Sobre a Epilepsia

A epilepsia é uma doença neurológica cuja compreensão é fundamental para que as pessoas sejam capazes de a gerir a curto e longo prazo. Os dados epidemiológicos são expressivos, revelando que a doença afeta pessoas de diversas faixas etárias, mas que afeta especialmente crianças, adolescentes e idosos.

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Causas

A epilepsia é um distúrbio neurológico crónico em que grupos de células nervosas ou neurónios do cérebro, por vezes, transmitem sinais anormais, causando crises. Existem diversas causas e mecanismos de desenvolvimento da doença mas, globalmente, em cerca de 50% dos casos, a causa é desconhecida. Nos casos em que são conhecidas, as causas da epilepsia podem ser descritas como: estruturais, genéticas, infeciosas, metabólicas e imunológicas.

As causas da epilepsia variam com a idade, e algumas pessoas com epilepsia de causa desconhecida poderão ter uma forma genética da doença. Alguns genes podem estar associados à epilepsia ou a forma como alguns genes atuam a nível cerebral pode dar origem à epilepsia. A relação entre genética e crises epiléticas é muito complexa e ainda não existem testes genéticos disponíveis para identificar muitas das formas que esta doença pode assumir.

Pessoas de todas as idades que sofrem lesões graves no crânio (traumatismo craniano) também poderão, posteriormente, desenvolver epilepsia, embora este tipo de trauma seja mais comum em jovens adultos. Nos adultos, as principais causas de epilepsia são, geralmente, acidentes vasculares cerebrais (AVC), tumores ou traumatismos cranianos. Em pessoas com mais de 65 anos, o AVC é a causa mais comum de convulsões, mas existem outras doenças e condições que afetam a função cerebral e que podem conduzir a crises epiléticas, como a doença de Alzheimer.

Causas comuns de epilepsia por idade

  • Anomalia congénita ou alterações genéticas com malformação cerebral associada

  • Danos cerebrais causados por lesões pré-natais ou perinatais (p.ex., asfixia ou má oxigenação, trauma no nascimento ou baixo peso ao nascer)

  • Níveis baixos de açúcar, cálcio ou magnésio no sangue ou outros distúrbios eletrolíticos

  • Erros congénitos do metabolismo

  • Hemorragia intracraniana

  • Uso de drogas durante a gravidez

  • Febre (convulsões febris)

  • Infeções cerebrais (p.ex., meningite, encefalite ou neurocisticercose)

  • Doenças congénitas (síndrome de Down, esclerose tuberosa e neurofibromatose)

  • Algumas síndromes genéticas

  • Traumatismo craniano

  • AVC

  • Doença de Alzheimer

  • Traumatismo craniano

Diagnóstico

Saber se uma pessoa está a ter uma crise e diagnosticar o tipo de crise ou síndrome epilética pode ser difícil. Existem muitos outros distúrbios que podem causar mudanças no comportamento e ser confundidos com a epilepsia. Uma vez que o tratamento das crises depende de um diagnóstico preciso, certificar que a pessoa tem epilepsia e determinar qual o tipo de epilepsia é um primeiro passo crítico.

O EXAME NEUROLÓGICO É UM PASSO FUNDAMENTAL PARA O DIAGNÓSTICO.

A história clínica e o exame neurológico são a base do diagnóstico das crises e, consequentemente, da epilepsia. Muitas vezes, o médico pede uma avaliação laboratorial - análises - mas estas são consideradas exames complementares de diagnóstico. As análises sanguíneas são usadas ​​para avaliar o estado geral de saúde do doente e para rastrear qualquer outra condição médica que possa ser a causa da epilepsia.

A HISTÓRIA DAS CARACTERÍSTICAS DA DOENÇA É O PRIMEIRO PASSO IMPORTANTE PARA O DIAGNÓSTICO.

O médico precisa de todas as informações sobre o que aconteceu antes, durante e depois das suas crises, pelo que, provavelmente, irá questionar sobre os sinais premonitórios e pormenores das mesmas (como aconteceu, duração, sentimentos e sensações antes, durante e depois da crise epilética). Se não puder fornecer informações suficientes, as pessoas que presenciaram as crises deverão contribuir com o que sabem.

Depois de conhecer a história clínica da pessoa, o exame neurológico é um passo fundamental no diagnóstico, permitindo identificar ou localizar patologias cerebrais. O exame físico geral também é importante para determinar se a pessoa tem alguma condição subjacente. Por exemplo, marcas cutâneas anormais podem indicar um distúrbio neurocutâneo em que a epilepsia é comum, como a esclerose tuberosa ou a neurofibromatose. Mesmo com descrições precisas dos eventos, outros exames são, por vezes, necessários para saber mais sobre o cérebro, o que está a causar os eventos e onde está localizado o problema. Os exames mais comuns são o eletroencefalograma (EEG) e a ressonância magnética (RM).

Um eletroencefalograma (EEG) é um exame para detetar anomalias na atividade elétrica do cérebro. As células cerebrais (ou neurónios) comunicam entre si, produzindo sinais elétricos. Para realizar um EEG, são colocados elétrodos no couro cabeludo que detetam e registam padrões dessa atividade elétrica e verificam se há anomalias, como pontos focais ou ondas (consistentes com epilepsia focal ou parcial) ou ponta-onda difusas bilaterais (consistentes com epilepsia generalizada).

Uma vez que a prevalência de anomalias cerebrais varia de acordo com os diferentes estados de consciência da pessoa, o EEG de rotina inclui, preferencialmente, diferentes fases cerebrais, nomeadamente vigília, sonolência e sono.

A monitorização simultânea com vídeo-EEG durante horas ou dias aumenta a probabilidade de um melhor diagnóstico, pois pode diferenciar uma crise epilética de um evento não-epilético. Isto acontece porque o EEG pode ser repetidamente normal em pessoas com epilepsia, especialmente se as crises tiverem início no lobo frontal ou temporal do cérebro.

O diagnóstico da epilepsia é, então, feito pelo médico com base nas informações fornecidas pelo doente e o EEG, que deve ser considerado como uma confirmação do diagnóstico e não como um meio de diagnóstico em si.

A Tomografia Axial Computorizada (TAC) e a Ressonância Magnética (RM) são meios importantes de diagnóstico – complementares ao exame clínico e ao EEG – na avaliação de uma pessoa com crises. Estas técnicas de neuroimagem são especialmente sensíveis às lesões estruturais do sistema nervoso central (SNC).

A ressonância magnética usa um campo magnético forte e ondas de rádio para criar imagens dos tecidos, órgãos e outras estruturas dentro do corpo, que são visualizadas num computador. Este exame pode revelar se existe uma causa estrutural para a epilepsia.

A RM não é dolorosa, mas pode ser ruidosa e algumas pessoas sentem-se desconfortáveis por terem de permanecer num espaço limitado durante algum tempo. O técnico de radiologia que realiza o exame pode precisar de injetar a pessoa (na mão ou no braço) com um corante inofensivo para que os tecidos e vasos sanguíneos sejam melhor visualizados na imagem processada pelo computador.

Algumas pessoas desenvolvem alergia a esse corante e, por isso, o técnico tem de questionar o doente sobre os seus antecedentes de alergias. Durante o exame, a pessoa deve evitar movimentos e tem de permanecer imóvel, caso contrário, a imagem digitalizada pode aparecer desfocada e dificultar a interpretação do médico.

Observando toda a fase de diagnóstico, o médico dispõe de várias formas de recolher e analisar informações, incluindo a descrição precisa do evento suspeito de ser uma crise e o uso adequado de exames complementares fundamentais para uma diferenciação clara da epilepsia de outras condições clínicas também expressas por crises.

Sintomas Motores

Os sintomas motores são aqueles que afetam o movimento do doente. As apresentações mais comuns incluem o tremor, rigidez muscular e lentidão nos movimentos.Juntamente com os sintomas motores, as pessoas com Doença de Parkinson também desenvolvem flutuações motoras e sintomas não motores que podem ser desafiantes de gerir. 1-3
As flutuações motoras surgem à medida que o efeito da medicação utilizada no tratamento da Doença de Parkinson, vai diminuindo. Nesta fase pode reparar que os sintomas motores deixam de estar controlados e a gravidade dos mesmos pode variar durante o dia. Estes podem surgir com a perda do efeito de uma dose de levodopa que é notado antes da dose seguinte. 3

O tremor é um movimento involuntário, sintoma clássico da Doença de Parkinson. No entanto, nem todos os doentes virão a desenvolver tremor.

O tremor de repouso é bastante comum e surge quando o corpo está relaxado. O doente pode começar a esfregar para trás e para a frente o polegar com o dedo indicador - este tremor é normalmente chamado de "pill-rolling".

O doente também pode ter tremor de ação, que é tremor quando está a executar um movimento, como por exemplo quando está a segurar uma revista. 1-3

A rigidez muscular pode manifestar-se em qualquer parte do corpo e pode dificultar e tornar doloroso o movimento. É também um dos três sintomas clássicos da Doença de Parkinson, a par com o tremor e a lentidão de movimentos.1-3

Um dos sintomas principais da Doença de Parkinson é a lentidão nos movimentos que se chama Bradicinésia. Este sintoma manifesta-se no andar, com passos mais curtos e o arrastar dos pés, dificuldade em levantar da cadeira, e pode dificultar a execução das tarefas mais simples.1-3

Estes sintomas podem ser acompanhados por instabilidade postural, que se manifesta por uma alteração na postura, desequilíbrio, dificuldade no andar ou em manter-se em pé. 3

No final do dia e quando está a adormecer, pode sentir uma sensação desagradável nas pernas, como formigueiro, queimadura, comichão ou dor, acompanhada de uma necessidade irresistível de mexer as pernas, que alivia essa sensação. Isto são sintomas característicos do síndrome das pernas inquietas, que podem impedir que consiga dormir e deixá-lo cansado e com sono durante o dia.

Fale com o seu médico ou enfermeiro caso tenha estes sintomas pois podem ser tratados com mudança no estilo de vida, na dieta alimentar e até com medicação. 1-3

Na Doença de Parkinson, a acumulação excessiva de saliva é muito comum. Isto acontece porque esta doença afeta os reflexos automáticos como é o caso da deglutição. Estando estes movimentos também mais lentos, a saliva não é deglutida na quantidade normal e acumula na boca.

Ir a um terapeuta da fala pode ser importante pois pode aprender estratégias que o ajudam a controlar a deglutição e um fisioterapeuta vai ajudá-lo a melhorar a sua postura, o que também pode ser benéfico.

Também pode falar com o seu Neurologista que pode ajustar a sua medicação. 3

Sintomas Não Motores

Os sintomas não motores são menos notórios e surgem gradualmente, portanto podem ser difíceis de identificar. Os sintomas não motores incluem diversos sintomas que podem afetar o seu humor, níveis de energia, a bexiga e o trânsito intestinal.Nem todos os doentes sofrem dos mesmos sintomas não motores e a influência que cada um destes tem, varia de doente para doente. Os sintomas não motores na Doença de Parkinson são comuns e podem inclusive ter um impacto mais negativo no doente quando comparados com os sintomas motores. 1-3

A ansiedade afeta 2 em cada 5 doentes com Doença de Parkinson1 e pode ser um dos sintomas da perda de efeito da medicação juntamente com o agravamento motor (flutuação não motora).3 A ansiedade não está relacionada com a progressão da Doença de Parkinson.

A ansiedade pode manifestar-se nas seguintes formas: Ansiedade generalizada em que o doente tem uma preocupação excessiva e incontrolável; Ataques de pânico em que o doente tem episódios espontâneos de medo, batimento cardíaco acelerado, suores e falta de ar; Fobia em que o doente tem medo de algo que outras pessoas não teriam. 3

A obstipação é uma queixa do trato gastrointestinal muito comum em doentes com Doença de Parkinson e pode levar a uma sensação de saciedade mesmo após a ingestão de pequenas quantidades de comida e na dificuldade em evacuar.

Se tiver sintomas como saciedade ou vómitos, fale com o seu médico. Caso sinta que está obstipado ou tenha dificuldades em evacuar, aumente a quantidade de fibras e de fluídos ingeridos, pois podem ajudar a melhorar os seus sintomas. 1,3

Em algumas pessoas com doença de Parkinson, à medida que a doença progride, podem surgir sintomas como perda de memória e dificuldade em manter um raciocínio.

Estes sintomas podem ser consequência de stress, depressão, doença física ou até mesmo de demência. 1,2 Se reparar que está com perda de memória ou confusão, fale com o seu médico.

Em alguns doentes com Parkinson, à medida que a doença progride, podem surgir sintomas como a perda de memória ou dificuldade em manter um raciocínio. Estes sintomas podem ser um sinal de stress, depressão, doença física ou de demência.

A demência em doentes com doença de Parkinson exige uma avaliação diagnóstica para que possa ser distinguida de outras formas de demência, como a Demência com Corpos de Lewy. 1,2

Se reparar que está com perda de memória ou com dificuldades em manter o raciocínio, fale com o seu médico.

A apatia é um estado de indiferença caracterizado pela inexistência de emoção, motivação e/ou de interesse por qualquer coisa.

Os doentes com depressão sentem-se normalmente tristes e em baixo enquanto que uma pessoa com apatia não demonstra qualquer tipo de emoção, mesmo que estejam felizes ou tristes. 3

A depressão afeta cerca de 50% dos doentes com doença de Parkinson1 e pode ser tratada. As formas de auto-ajuda são:

  • Fazer exercício físico regular;

  • Relaxar;

  • Aceitar ajuda quando precisa.

Estão disponíveis terapias e medicação para tratar a depressão. Portanto, não hesite em falar com o seu médico ou enfermeiro. 3

A fadiga é uma sensação de constante cansaço que não melhora com o repouso. Nas pessoas com doença de Parkinson, a fadiga pode surgir em qualquer altura. Pelo menos 1/3 das pessoas com doença de Parkinson sofrem de fadiga 3 e como as razões por detrás desta ainda não são muito bem conhecidas, este sintoma pode ser facilmente esquecido. Por isso, é importante falar com o seu médico ou enfermeiro caso se sinta assim. 1-3

Os doentes com doença de Parkinson podem ter problemas na sua vida sexual e íntima como diminuição da líbido, disfunção eréctil, secura vaginal e incapacidade de atingir o orgasmo. No entanto, menos frequentemente, também pode existir um aumento excessivo e significativo da líbido (hipersexualidade).

Estas dificuldades podem surgir devido à medicação utilizada no tratamento da doença de Parkinson. Por isso, se estiver preocupado com estes sintomas, fale com o seu médico. 4

Os doentes com Parkinson podem desenvolver incontinência urinária em que pode surgir a vontade repentina de urinar ou de se levantarem várias vezes à noite para urinar (noctúria). Se tiver algum destes sintomas, fale com o seu médico.1

Os doentes com Parkinson podem ter problemas dermatológicos como pele oleosa (conhecida como seborreia) especialmente na zona da face e do couro cabeludo, isto significa que a pele fica normalmente com um aspeto gorduroso e brilhante. Também podem desenvolver dermatite seborreica, em que a pele fica oleosa, avermelhada, com escamas e dá comichão.

Se tem uma pele oleosa ou dermatite seborreica fale com o seu médico ou farmacêutico pois podem aconselhá-lo com os melhores tratamento para estas situações.3

A sudorese excessiva pode ocorrer nos doentes com doença de Parkinson de forma inesperada durante a noite, ou durante os movimentos involuntários (discinésias) e nas fases de perda de efeito de medicação (wearing OFF). Se o excesso de suor o incomoda, fale com o seu médico ou enfermeiro.

Alguns doentes com doença de Parkinson podem não suar o suficiente, o que pode ser um sintoma não motor da doença ou o efeito de alguns medicamentos. Suar é um fenómeno fisiológico muito importante para regular a temperatura corporal e, por isso, caso note que teve uma redução significativa de suor, fale com o seu médico ou enfermeiro especialista pois este fenómeno pode levar a temperaturas corporais elevadas. 2,3

A medicação utilizada no tratamento da Doença de Parkinson pode levar a comportamentos impulsivos como aumento da atividade sexual, abuso de medicação, compulsão alimentar, compras compulsivas e adição a jogos/casinos.

Qualquer sintoma que possa sugerir um comportamento impulsivo deve ser discutido o mais depressa possível com o seu médico.1-3

Uma boca seca pode ser um sintoma não motor da doença ou um dos efeitos adversos da sua medicação, e caso este sintoma o esteja a afetar, fale com o seu médico ou enfermeiro pois pode ser necessário ajustar as suas doses de medicação.

Por outro lado, também podem ingerir rebuçados ou chupa-chupas que vão aumentar a produção de saliva. Fale com o seu farmacêutico ou dentista que lhe podem sugerir outras opções. 5

A dficuldade com a deglutição (disfagia) pode surgir ao longo do tempo e manisfesta-se com: acumulação de saliva na boca, sensação de que a comida fica presa na garganta, tosse e engasgamento frequentes. Se estes sintomas o afetam pode tender a comer menos, perder peso e ficar desnutrido, o que não é desejável.

Fale com o seu médico ou enfermeiro caso tenha este problema. Os terapeutas da fala são os técnicos indicados para avaliarem e ajudarem nestes sintomas. 1-3

Muitos doentes com doença de Parkinson sofrem de perda de memória ou dificuldades em manter um raciocínio. Estes sintomas não significam que exista demência e podem ser despoletados por fatores como a falta de sono, ansiedade e depressão.

É extremamente importante que fale com o seu médico ou enfermeiro se tiver algum destes sintomas.1-3

Os doentes com doença de Parkinson podem ter dificuldades em adormecer ou em manter o sono (insónia). A insónia pode ser provocada por algum medicamento que esteja a tomar, por isso, é importante que fale com o seu médico ou enfermeiro caso isto o esteja a incomodar.

Também pode desenvolver sintomas como a noctúria em que tem que acordar várias vezes à noite para ir urinar. Outra situação comum é a Perturbação do Sono REM, que é caracterizada por sonhos mais vívidos em que fala ou se mexe enquanto está a dormir. Se tiver algum destes sintomas, fale com o seu médico ou farmacêutico. 1-3

A maioria dos doentes com doença de Parkinson vão notar que a sua capacidade para cheirar é bastante reduzida (hiposmia) ou inexistente (anosmia) e isto, pode influenciar a maneira como deteta odores ou sente o sabor da comida.

Embora não exista atualmente nenhum tratamento para melhorar o olfacto, fale com o seu médico ou enfermeiro caso note que sofre deste sintoma.1-3

Data de preparação: outubro 2024

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