Suplementação na pré-conceção, gravidez e amamentação
Durante a gravidez, a necessidade de ingestão de alguns nutrientes aumenta. Neste sentido, a suplementação nutricional é essencial para grávidas, não só durante essa fase, mas também durante a pré-conceção e na amamentação, garantindo, assim, que as necessidades extra da mãe e do bebé são devidamente asseguradas.1,2,3
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Antes da gravidez (pré-conceção): Ácido Fólico e Iodo
Se está a pensar engravidar, é importante que prepare o seu organismo da melhor forma, de modo a garantir todas as condições para uma gestação saudável. Neste sentido, é aconselhável ter uma consulta pré-concecional, na qual o seu médico lhe irá recomendar a toma de ácido fólico e iodo.4,5
Ácido fólico
Será recomendada a toma de Ácido fólico4. Esta vitamina irá ajudar a reduzir os riscos de o feto desenvolver anomalias no tubo neural. Estas malformações congénitas podem afetar o cérebro e a coluna vertebral, gerando anomalias como a espinha bífida e a anencefalia. É de extrema importância que esta suplementação nutricional seja iniciada, pelo menos, 2 meses antes de engravidar e até às 12 semanas de gravidez, uma vez que o desenvolvimento do tubo neural termina entre o 21.º e o 28.º dia de gestação do embrião.1,5 Além destas complicações, o ácido fólico ajuda a prevenir riscos de aborto espontâneo, deslocamento da placenta, pré-eclâmpsia, parto prematuro ou baixo peso à nascença.4,6,7
Iodo
O Iodo é um oligoelemento, ou seja, uma substância mineral essencial para o funcionamento do nosso corpo.8 O Iodo influencia as hormonas da tiróide, responsáveis por regular o metabolismo e pelo desenvolvimento do sistema nervoso central do feto.9 Durante a gravidez, aumentam as necessidades de ingestão de iodo e, por isso, é tão importante começar a sua suplementação antes de engravidar. O consumo escasso de iodo é responsável pelo fraco desenvolvimento cognitivo e comportamental das crianças, impedindo-as de atingir, de forma plena, as suas capacidades intelectuais.6,8
Suplementação com Ácido fólico, Ferro e Iodo durante a gravidez
A toma de Ácido fólico vai continuar presente também durante a gravidez. No caso do Ácido fólico, a toma deve ser feita até ao final do 1.º trimestre de gravidez, devendo prolongar-se no 2.º e 3.º trimestres, associado à toma de ferro.6
A suplementação com Ácido fólico deve ser iniciada na pré-conceção e prolongar-se até às 12 semanas de gravidez e é particularmente importante em mulheres cujo risco de ter um bebé com deficiência do tubo neural é maior, podendo até ser necessária uma dose superior1,5,10. É o caso de grávidas7,11,12:
com obesidade;
fumadoras (ativas ou passivas);
que usavam contracetivos orais antes da gravidez;
com histórico pessoal ou familiar de fetos com defeitos do tubo neural;
diabéticas;
com mutações conhecidas do metabolismo dos folatos;
que utilizem fármacos que interferem com o metabolismo do ácido fólico (como é o caso de alguns antiepilépticos ou imunossupressores).
Além destes nutrientes, durante a gravidez pode ser também recomendado o reforço de ferro, de forma a evitar a ferropenia e anemia1.
Ferropenia e Anemia na gravidez
A anemia durante a gravidez é um problema global, que afeta mais de 50% das grávidas13, sendo a ferropenia (défice de ferro) responsável pela maior parte dos casos.
O ferro desempenha um papel crucial na formação da hemoglobina, essencial para o transporte de oxigénio nos tecidos do corpo. É importante atuar precocemente na ferropenia, de forma a prevenir um quadro de anemia. Uma alimentação equilibrada, rica em ferro, e a suplementação de ferro podem ser duas medidas para evitar consequências mais graves.14
Durante a gravidez, as necessidades de ferro aumentam, especialmente no segundo trimestre, devido ao crescimento do feto e da placenta. A ferropenia pode ter consequências que afetam o bem-estar materno e fetal.13,14
Consequências da ferropenia para a mãe:
Fadiga
Irritabilidade
Queda de cabelo
Menor concentração
Alterações no metabolismo da tiróide
Menor tolerância a perdas hemáticas (sangue) durante o parto
Hemorragia pós-parto
Depressão pós-parto
Consequências para o feto:
Restrição do crescimento fetal
Prematuridade
Perturbações no desenvolvimento neural
Baixo peso à nascença
Alterações no desenvolvimento psicomotor do bebé recém-nascido
83,1% das grávidas em Portugal tem ferropenia.
Esta pode e deve ser corrigida de forma precoce, de modo a evitar a anemia e prevenir as necessidades transfusionais pós-parto.
Ferro
É recomendada a toma de ferro a partir do 2º trimestre e até ao final da gravidez e no pós-parto, devendo a dosagem ser indicada pelo seu médico e acompanhada de uma alimentação equilibrada, rica em carnes magras, vegetais e frutos secos1.
Suplementação no Pós-parto e período de Amamentação
Durante a amamentação, as necessidades nutricionais dependem do volume e da composição do leite materno produzido, assim como do estado nutricional da mãe. No caso das mães que amamentam de forma exclusiva os seus bebés, as necessidades nutricionais podem exceder as 640 kcal/dia em comparação com as necessidades observadas durante a pré-conceção.15
De qualquer modo, existem nutrientes fundamentais que devem fazer parte da alimentação diária das recém-mamãs: ferro, iodo, vitamina B12, ácido docosaexaenoico (DHA, ómega 3), colina e vitamina D. A sua ingestão deve ser feita com base na adoção de uma alimentação rica nestes nutrientes, acompanhada, se necessário, por suplementos nutricionais, como é o caso do Ferro, aconselhado por médicos especialistas3,9,16,17,18,19:
Ferro
É importante repor os níveis de ferro também durante a amamentação, não só para o organismo da mãe, como também para fornecer ao bebé, através do leite materno, a capacidade de desenvolver de forma adequada o bom funcionamento da tiróide. Além disso, existem estudos que concluem que a deficiência de ferro parece estar associada a maior probabilidade de desenvolver depressão pós-parto.
Iodo
A amamentação exclusiva carece de uma suplementação superior de iodo, tal como a gravidez, de forma a completar as necessidades da mãe que amamenta e assegura o normal desenvolvimento cerebral do bebé.
Vitamina B12
A vitamina B12 é responsável pelo desenvolvimento adequado dos glóbulos vermelhos e do cérebro. Os bebés com escassez desta vitamina têm um risco superior de atraso no crescimento e desenvolvimento cerebral.
DHA (ómega 3)
A alta concentração de DHA no leite materno potencia o bom desenvolvimento do cérebro e da visão. Além destes benefícios, o DHA reduz o risco de inflamações e depressão pós-parto.
Colina
Nutriente crucial para a memória infantil e desenvolvimento do cérebro. É um nutriente semelhante ao ácido fólico.
Vitamina D
Contribui para o bom funcionamento do cérebro, sistema nervoso e imunitário.
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FF/SET24/PT/038